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  • É a Personale, de mãos dadas com a saúde

Qual é a melhor dieta?

Todos os dias, em diversos veículos de comunicação, lemos matérias sobre a nutrição e exercício físico. Eu e meu grande amigo Gabriel Schirmbeck decidimos, juntos com toda a equipe de trabalho, que escreveríamos mais sobre esses assuntos. Isso porque algumas dessas notícias veiculadas nos deixam muito preocupados, até nos irritam e nos entristecem.

Claramente que os profissionais tem uma visão limitada sobre esses assuntos, pois a recorrência é grande. Isso acontece mesmo quando esses “especialistas” defendem tudo que acreditam com a ajuda da “ciência”.

Eles não estão olhando para o que as informações estão dizendo, e se preocupam apenas com as respostas e justificativas para suas verdades fechadas. A analogia que podemos fazer é comparar esses profissionais com os adivinhos que procuram respostas em uma bola de cristal ou cartas de tarô.

Com esse breve texto, não vou citar o que estudo X ou Y diz, mas vou incluir boas sugestões de leitura, artigos, livros e até mesmo vídeos. Isso tudo para que você possa entender por meio das evidências o que quero lhe passar.

Numa das diversas palestras que assisto para ficar atualizado, tive o prazer de assistir a do Dr. Lieberman, um grande nome da antropologia. O Dr. Lieberman tem artigos científicos publicados na Nature, uma das revistas científicas de maior reconhecimento no mundo. Essa palestra começava com a seguinte pergunta: “para o que nós, homo sapiens, somos realmente adaptados?”. Depois, fez outra pergunta; “e isso, ao qual somos adaptados, é benéfico para nós?”

Antes de seguir, peço que pare e faça a mesma reflexão. Conseguiu? Agora podemos seguir.

Mais uma pergunta: qual a nossa função?

Não estou perguntando a sua função na sociedade, mas a nossa função como espécie. Fora dos dilemas filosóficos, posso dizer que a nossa função é apenas uma como espécie: Crescer, reproduzir (espalhar a herança genética), e morrer (dar espaço pra próxima geração).

Isso não te faz pensar: de uma forma holística, a longevidade é algo desejável do ponto de vista biológico, ou apenas benéfica para o indivíduo que consegue viver mais?

Atualmente, a estratégia mais estudada relacionada a longevidade humana é a restrição calórica. Vou mostrar uma das teorias por trás desta estratégia: temos uma quantidade A de energia (calorias), e ela pode ser direcionada para a reprodução, ou manutenção do organismo. Quando há fartura de energia, se priorizam as funções reprodutivas, pois é um processo que naturalmente demanda muita energia (muitas calorias) e permite a perpetuação da espécie. Se há limitações energéticas (poucas calorias), se prioriza a manutenção do organismo, para quando houver disponibilidade de energia, esse indivíduo possa reproduzir.

Entenderam esse conceito?

Agora pensem bem: somos “adaptados” para comer carne?

Sim, afinal somos caçadores e coletores.

Da mesma forma, somos adaptados também a comer carboidratos, afinal, somos atraídos por eles, pelo seu valor energético valioso em uma sociedade nômade.

Somos adaptados, mas isso não significa que algo ao qual somos adaptados, seja benéfico para o organismo. Em algum lugar você já deve ter lido sobre os riscos associados com alta densidade energética de comidas açucaradas.

Da mesma forma que um “paleo-expert” diz que nossos ancestrais não comiam carboidratos como os de hoje, eu me pergunto se na época eles comiam creme de leite, bacon, ou um belíssimo corte de picanha / peito de frango.

Talvez em algumas ocasiões, depois de correr uns 20 quilômetros sob o sol (descalço), e carregar seu prêmio nas costas de volta para casa. O que proporcionava um gasto energético enorme antes da refeição.

Mas voltando a ciência atual. Tenho percebido algo engraçado promovido por aqueles que condenam os carboidratos, e estimulam o Jejum Intermitente para todos como o santo graal, e, frequentemente, postam estudos “top de linha” sobre os infinitos benefícios dessa prática.

Eles, simplesmente, IGNORAM que os mesmos autores também publicam sobre os riscos de câncer associados com dietas ricas em proteína. Da mesma forma que os diversos estudos mostram malefícios com dietas ricas em gordura, estes “experts” frequentemente ignoram ou tentam refutar isso dizendo se tratar de estudos com roedores, logo não se aplicam a humanos. Mas pra dizer que carboidrato vicia como cocaína não tem problema o estudo ser com ratos, né?

Para vender aquela fórmula secreta de fitoquímicos que só vai levar o seu dinheiro embora, que não tem nenhum estudo que não seja com cultura de células ou ratos, mas nesse caso pode?

Pare de acreditar em milagres secretos, soluções mirabolantes, e ligações com o passado. Até o momento, as únicas evidências apontam que os procedimentos para uma vida longa com qualidade é um bom volume de atividade física diária, e um consumo moderado de calorias de forma balanceada.

Quer entender mais sobre isso? Olhe essas imagens que foram publicadas com um dos últimos artigos sobre o assunto longevidade. Ele está publicado em uma das revistas que mais gosto, “Cell”.

Figura 1 – Intervenções que melhoram a longevidade. Adaptado de Metabolic Control of Longevity – Lopez-Otin et al, 2016.


Parecido com o texto, certo?

Sobre a parte Farmacológica e metformina, posso falar mais em outro momento, pois demanda uma boa explicação sobre o tema para evitar interpretações equivocadas.

Figura 2 – “O impacto do estilo de vida ocidental sobre a longevidade”. Adaptado de Metabolic Control of Longevity – Lopez-Otin et al, 2016.


Somos caçadores-coletores, e boa parte dos créditos do nosso sucesso evolutivo até o momento se deu da capacidade de alimentação diversificada (desculpem vegetarianos) que permite uma flexibilidade em termos de território, especialmente em períodos de escassez: seja caçando e comendo um animal, ou mastigando raízes, cascas e vegetais por horas a fio, não aqueles vegetais bonitos e domesticados que você compra no supermercado, mas sim os seus ancestrais bem menos amigáveis.

O jejum intermitente é uma estratégia, que a propósito, surgiu como possível alternativa para a restrição calórica, a qual colabora para a longevidade. Valter Longo, um dos principais pesquisadores do mundo quando se fala em Jejum intermitente, com publicações de altíssimo valor, publicou em 2014 um artigo sobre a relação entre mortalidade, risco de câncer e ingestão de proteína. Engraçado, mas as pessoas só lembram dos artigos de jejum.

Mas tu não tem que acreditar em nada que escrevi… tens que usar a expressão “nullius in verba”… que significa “nas palavras de ninguém!” Seja curioso e leia minhas fontes… veja se não estou lhe enganando… mas lembre-se de fazer o mesmo com os que te prometem diversos benéficos pelo consumo excessivo de proteína e gordura.

Por: André Lopes - educacaofisica.com.br

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